EDINÉIA ALVES

( Minas Gerais – Brasil )

Nascida em Betim – MG. Na Universidade se formou em Relações Públicas e Publicidade. Depois cursou Jornalismo. Tem pós-graduação em Gestão empresarial e marketing.
Foi agraciada com a Comenda “Ordem do Mérito Artístico”, da Funarbe (Fundação Artístico-Cultural de Betim).
Em 2005, foi homenageada pela mesma Fundação e pela ABEL – Academia Betinense de Letras.
Seu primeiro trabalho com poesia foi no CD “Oise”, junto com poetas de Belo Horizonte. Em 2006, publicou o livro de poesias “Beijo de Lua”.  

ANTOLOGIA ME 18. Mulheres Emergentes.    Belo Horizonte: Anome Livros, 2007.   112 p.  14 x 205 cm  Ex. bib. Antonio Miranda

CONFESSIONÁRIO

Perdoe-me por chegar assim
desajeitada
viajante cansada
de outro mundo
de outro tempo
de outra têmpera
Com meu estranho modo
de falar e de ser
sei que o assusto
Por tentar fazê-lo parte de mim
participante da minha dor
por buscar em você
com avidez
a vida, a voz, a vez,
a luz, o ar,
por deixar fluir o grito
aflito
que do íntimo me aflora
em negra flor
carente de afago
de afeto e de amor
Perdoe-me
por
chegar assim
por querê-lo assim
perdoe-me
por eu ser assim

MAIORIDADE

Ontem
mostrava o ippon no tatame
e me procurava na torcida
Cadê o menino que estava ali?
Cresceu
e me pegou desprevenida
Hoje
virou homem, namora e encanta
sai sem saber pra onde
Cadê o rapaz que está aqui?
Viveu
e seu eu ele me esconde
Hoje
insiste em não perceber
as graça que Deus lhe dá
Cadê o homem que está aqui?
Aprendeu
e seu futuro ele fará
Amanhã
vai rir de toda essa pressa
será dono de seu nariz
Cadê o amor que vem aí?
É meu
e quero que seja feliz

*

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Página ampliada e republicada em abril de 2022